Depois da Guerra de Secessão, Henry voltou para sua casa em Nova Jersey e montou um negócio de madeiras e carvão, em sociedade com antigo colega de batalhão. Os negócios corriam bem, graças aos conhecimentos e as amizades de Henry.
Religioso, sempre orava com a família e prosseguia com seu jeito benevolente que a todos cativava e envolvia, principalmente porque contribuía generosamente com todas as causas. Um homem honesto, de fé e de boas obras.
Certa ocasião, o sócio de Henry ficou bastante zangado porque ele vendeu, a prazo, caras madeiras a um ex-companheiro de farda, Jim, que estava se estabelecendo em Nova York como empreiteiro de obras. Henry estava certo de que Jim teria êxito nos negócios e um dia o pagaria.
E então aconteceu o inesperado. O sócio de Henry desapareceu com todo o dinheiro da empresa e com a esposa de um dos moradores da comunidade. Henry cobriu o prejuízo com uma promissória, comprometendo-se a resgatá-la o mais depressa possível. Como o presidente do banco era um velho amigo, esse arranjo foi questão de algumas palavras e de um aperto de mão.
Passaram-se os anos. Por volta de 1890, sobreveio a grande depressão e Henry tinha em seu cofre mais promissórias a serem recebidas do que dinheiro. Da primitiva dívida deixada pelo sócio ainda faltava pagar 17.000 dólares. Com a morte do presidente do banco, amigo de Henry, o novo gerente passou a exigir o pagamento imediato da dívida.
Amigos se cotizaram para pagar o que deviam a Henry, mas o total recuperado era apenas uma gota no oceano. Quase todos estavam na mesma situação e não tinham dinheiro disponível.
Finalmente, chegou o último dia do prazo. Era uma hora da tarde e Henry precisava arranjar o dinheiro até às cinco.
Duas horas mais tarde, um trem entrou na estação situada do outro lado da rua, em frente ao escritório de Henry.
Jim, o seu velho amigo do exército, o empreiteiro de construções em Nova York, chegou ruidosamente, conduzindo uma pequena mala. Ao ver Henry ali sentado com a Bíblia nas mãos, deu-lhe uma tremenda palmada no ombro e vociferou:
— Henry, meu caro. Hoje, quando acabava de almoçar, comecei a pensar em você. E pensei que talvez estivesse passando por dificuldades e vim pagar a minha dívida de 20.000 dólares. Desculpe a demora e ter-lhe feito esperar todo esse tempo.
Henry olhou para a mala e para a Bíblia, levantou-se e abraçou o velho amigo.
***
Jamais nos distanciemos da reflexão, da serenidade e da oração, ingredientes fundamentais para que nossas antenas espirituais captem as sugestões, alertas e recomendações que vêm da espiritualidade maior. Tudo virá, no tempo certo, como acréscimo de misericórdia da justiça divina. Deus jamais nos abandona!
Referência: Seleções do Reader’s Digest, junho de 1948.